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» » » » » Entrevista: escritora Lilian Farias


Lilian Farias é natural de Aracaju (SE). Formada em Letras/Português pela Universidade de Pernambuco (UPE), realizou diversos outros trabalhos, um deles foi como consultora UNESCO e Educadora Social, ministrando a disciplina de língua Portuguesa, no programa Petrobras Jovem Aprendiz. Atualmente, além de escritora e blogueira do Poesia na Alma, Lilian faz parte da coordenação da Marcha Mundial da Mulher Aracaju-SE

A sergipana viu na escrita uma oportunidade de abordar temas como sexualidade, liberdade, amor, preconceito, homossexualidade, violência sexual e alcoolismo. Não é a toa que hoje ela possui seis obras publicadas: "Rito Serpente", "Enamorados", "Fome", "Desconectada", "O céu é logo ali" e "Mulheres que não sabem chorar". Esta última obra foi lançada em 2014, mas é tão atual, tão palpável que merece ser lida, refletida e debatida. É por esse e outros motivos que vamos bater um papo com a Lilian Farias para falar sobre "Mulheres que não sabem chorar", machismo e outros projetos.


PEDRO: Lilian, porque seu livro se chama "Mulheres que não sabem chorar"?

LILIAN: Quando pensei nesse título, refletia sobre certas imposições de sermos fortes a todos custo, de engolirmos padrões sociais que nos adoecem e atrofiam a alma. O chorar tem essa relação com a alma que o homem vive tentando mecanizar.


P: Em sua obra, você diz que as personagens foram construídas através da vivência de muitas outras mulheres que sofreram a dor do machismo e dos preconceitos da sociedade. Como foi essa experiência e posteriormente a construção das protagonistas da trama?

L: A experiência era uma mescla de sentimento de impotência, saber das mazelas que cercam outras pessoas, outras mulheres e compreender que não há muito a ser feito, não existe justiça, nada que se possa recorrer, porque a justiça, a liberdade e as riquezas produzidas pertencem a um pequeno grupo no mundo. Me sentia angustiada, com vontade de gritar, assim fiz quando escrevi Mulheres que não sabem chorar.


P: Em "Mulheres que não sabem chorar", qual o trecho que mais te emocionou e por que?

L: O final. Mas se explicar o motivo, darei spoiler...


P: Qual a principal mensagem da obra? 

L: Para ser honesta, nunca pensei em uma mensagem, eu queria escrever, esvaziar e foi isso que aconteceu. Mas percebi que a ideia do livro incomodou e isso já diz muito para mim.


P: Para alguns autores, ser escritor no Brasil é uma luta diária, principalmente para ser reconhecido e conseguir ver sua obra publicada por alguma editora. Como foi o processo de publicação de "Mulheres que não sabem chorar"?

L: O processo de publicação do Mulheres foi sofrido, permeado de preconceitos, ódio e até hoje vivencio isso. Mas não nego que de lá para cá (2014), muita coisa mudou nesse sentido. O livro foi publicado e agradou.   


P: Qual dica você dá para aqueles escritores que estão começando agora e estão em busca de publicar algum livro, seja de forma independente ou por alguma editora?

L: Teime! 


Mulheres X Machismo 


P: Lilian, sou homem e não sei o que realmente uma mulher vive na pele. Mas pelo o que vejo, em qualquer área ou atividade que a mulher desenvolva, percebo que a mulher sofre algum tipo de preconceito, seja por sua cor, roupas, cabelos, corpo, etc. Na literatura imagino que não seja diferente. Você já foi vítima de algum tipo de discriminação ou conhece alguém que já sofreu?

L: Sim, já fui vítima de discriminação por ser nordestina, já fui vítima do machismo e conheço muitas mulheres que também foram.


P: A melhor arma para combater o machismo é a educação?

L: Eu não acredito em armas, principalmente a ideia de educação e armas, elas não misturam, não dão liga. Porém, acredito que a educação é uma das ferramentas (e das boas) contra o machismo.


P: Crescemos ouvindo que meninos brincam com carrinhos e meninas com bonecas. Ou que os meninos devem usar azul e as meninas rosa. A raiz do machismo pode estar na criação de alguns pais com relação aos filhos?

L: Acho que a raiz do machismo é bem mais profunda, mas a família é uma instituição e o que nela se ensina, perpetua. Portanto, é preciso questionar como as famílias educam, rever as estruturas da base familiar que contribui para o mundo violento, cheio de ódio e machista que vivemos hoje. Afinal, a base da família Ocidental é o Patriarcado o que por sua vez não funciona. O patriarcado é o responsável pela centena de mortes e violência contra as mulheres a todo minuto. Precisamos de um novo modelo de sociedade.

P: Qual o papel da sociedade no combate ao machismo?

L: Se esperarmos pela minoria privilegiada rica e branca, nunca haverá mudança. O papel da sociedade é o de questionar, de mudar e exigir mudanças. Precisamos repensar um novo modelo de sociedade.


P: Agora vamos para aquele rápido pingue-pongue:

Signo: Aquário
Uma comida: Melancia
Um livro: Mulheres que correm com os lobos
Uma autora: Clarissa Pinkola Estés
Um autor: Eduardo Galeano
Uma música: Paloma Del Cerro "Para todas las mamitas del mundo"
Uma mania: Observar as pessoas
Um lugar: minha casa
Um programa de TV: Sangue Latino, com Eric Nepomuceno
Um sonho realizado: Muitos
Um sonho ainda não realizado: Muitos
Uma curiosidade sobre você: gosto de reler o mesmo livro várias vezes
Um amor: o meu
Um medo: Perder a esperança numa sociedade melhor.
Um momento marcante: minha aceitação como escritora
Uma frase: ‘Apesar de você, amanhã há de ser outro dia’
O conhecimento: importante
A política brasileira: Não é para amadores
O machismo: o pior do ser humano
A literatura: arte
Mulheres que não sabem chorar: voz
Se defina em uma palavra: ousadia


P: Lilian, neste ano vem algum lançamento por aí? Quais os próximos projetos como escritora? 

L: Tenho dois livros inéditos, espero lançar em 2020.


P: Qual mensagem você deixa para as mulheres que hoje sofrem caladas aos abusos em casa, na rua e no ambiente de trabalho?

L: Falem, para quem uma geração inteira possa se libertar.


P: Para aquelas que conseguiram se livrar das amarras?

L: Sigamos na luta.


P: E a mensagem que você deixa para os leitores que gostam das histórias que você escreve e acompanham seu trabalho?

L: Leiam mais histórias como as minhas, divulguem essas histórias, espalhem até que todas as vozes silenciadas possam ser ouvidas.


Conheça mais sobre o trabalho de Lilian:




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2 comentários:

  1. Um prazer ler essa entrevista da Lilian, uma menina que ri com os olhos (como diz minha esposa) e que apaixona a primeira vista. O céu é logo ali e o Mulheres que não sabem chorar são incríveis, vamos torcer para que esses outros dois saiam ainda esse ano. Não vou pressionar porque sabemos o quanto incomoda a cobrança e, afinal Deus fez o mundo em 7 dias porque não tinha ninguém perto perguntando quando ficava pronto. rsrs. Abraços.

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    Respostas
    1. Oi, Leonardo. Tudo bem?

      A Lilian é uma pessoa incrível. Tive a honra de conhecê-la justamente através de "Mulheres que não sabem chorar" e me tornei um fã da escrita dela, do jeito atencioso de ser, da inteligência, da sensibilidade, da mulher que ela é e de como ela motiva tantas outras a serem fortes e lutarem contra qualquer tipo de preconceito, de imposição. Sou fã mesmo!


      Obrigado por sua visita no blog. Volte sempre para conhecer mais outras novidades. Abração!

      Excluir

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