Em setembro, a Penguim Companhia, do Grupo Companhia das Letras, lançou “Mulheres e ficção", coletânea de
ensaios de Virginia Woolf sobre literatura e presença feminina. Vamos descobrir
um pouco mais sobre a autora?
virginia woolf é hoje considerada uma das maiores
escritoras do século xx, grande romancista e ensaísta, bem como
figura de destaque na história da literatura como feminista e modernista.
Nascida em 1882, era filha de um editor e crítico, Leslie Stephen, tendo
sofrido fortes traumas na adolescência devido às mortes de sua mãe em 1895 e da
meia-irmã Stella em 1897, que a deixaram vulnerável a colapsos nervosos pelo
resto da vida. Seu pai morreu em 1904 e, dois anos depois, seu irmão predileto,
Thoby, faleceu repentinamente de tifo. Junto com a irmã, a pintora Vanessa
Bell, ela se relacionou com diversos escritores e artistas, tais como Lytton
Strachey e Roger Fry, no que mais tarde foi conhecido como o Grupo de
Bloomsbury. Nesse meio, conheceu Leonard Woolf, com quem se casou em 1912 e
fundou a Hogarth Press em 1917, responsável pela publicação das obras de T.S.
Eliot, E. M. Forster e Katherine Mansfield, assim como das primeiras traduções
de Freud. Woolf levou uma vida muito ativa entre amigos e familiares,
trabalhando como revisora e autora, dividindo seu tempo entre Londres e Sussex
Downs. Em 1941, temendo novo surto de doença mental, cometeu suicídio,
afogando-se.
Seu primeiro romance, A viagem, foi publicado em 1915,
após o que ela trabalhou no livro de transição Noite e dia (1919) até
chegar ao romance altamente experimental e impressionista intitulado O
quarto de Jacob (1922). A partir de então, sua produção ficcional tomou a
forma de uma série de experimentos brilhantes e extraordinariamente variados,
cada qual buscando um novo modo de apresentar a relação entre vidas individuais
e as forças da sociedade e da história. Ela se preocupava em particular com a
experiência das mulheres, não apenas nos romances mas também nos ensaios e nos
dois livros de polêmicas feministas, Um teto todo seu (1929) e Three
Guineas (1938). Seus principais romances incluem Mrs. Dalloway (1925), Ao
farol (1927), a fantasia histórica Orlando (1928), escrita para
Vita Sackville-West, a visão extraordinariamente poética de As ondas (1931),
a saga de família Os anos (1937) e Entre os atos (1941).
Todos esses romances foram publicados pela Penguin inglesa, assim como Os
diários de Virginia Woolf, volumes i-v, seleções dos ensaios e contos,
e Flush (1933), uma reconstrução da vida do spaniel de Elizabeth
Barrett Browning.
Nessa coletânea, a editora reuniu os ensaios: Mulheres e ficção, Ficção moderna, O leitor comum, Jane Austen, Jane Eyre e O morro dos ventos uivantes, Como se deve ler um livro?, Geraldine e Jane, “Eu sou Christina Rossetti” e o ensaio Pensamentos de paz durante um ataque aéreo.
“Porque sobre as mulheres muito pouco se sabe. […] De nossos pais sempre sabemos alguma coisa, um fato, uma distinção. […] Mas de nossas mães, de nossas avós, de nossas bisavós, o que resta? Nada além de uma tradição. Uma era linda; outra era ruiva; uma terceira foi beijada pela rainha. Nada sabemos sobre elas, a não ser seus nomes, as datas de seus casamentos e o número de filhos que tiveram.”
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