Resenha por: Pedro Gabriel
Obra: Lady Killer
Autores: Joëlle Jones e Jamie S. Rich
Editora: Darkside Books
Gênero: Ficção/Suspense/Mistério/Graphic novel
Páginas: 144 | Ano: 2019
Onde Comprar: Amazon (capa dura) | Loja Darkside Books
Adicione: Skoob
Nota: ★★★★★
Livro cedido pela editora.
SINOPSE: Josie Schuller é uma mulher única: esposa dedicada, mãe amorosa e... uma assassina de aluguel. Ela é capaz de equilibrar os deveres de uma típica dona de casa norte-americana dos anos 1960 com uma porção de assassinatos a sangue-frio, até que um pequeno deslize faz com que seu chefe ameace aposentá-la de vez. Lady Killer mescla ação, morbidez, sangue e humor, e seus diálogos ironizam muito do que se pensava sobre as mulheres na época, dentro e fora de casa. Ninguém faz ideia de que Josie leva uma vida dupla: seus vizinhos acham que ela é um doce de pessoa. E, bem, ela é. Exceto quando está em uma missão. O Sonho Americano de Josie e sua família está em perigo, mas será que isso é realmente um problema tão grande assim?"
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"Sexo frágil", "Se sabe cozinhar, já pode casar", "Você só sabe pilotar bem o fogão", "Mulher e carro não combinam", "Lugar de mulher é na cozinha", "Depois que teve filhos ficou acabada"... xiiiiii. É muita radiação, né?! Essas são só algumas das frases clichês que as mulheres escutam diariamente. É o reflexo do machismo que bate de frente com elas diariamente. Em 1950 não era tão diferente. Josie Schuller se desvia de tudo isso facilmente e quebra todos esses paradigmas tão enraizados desde muito tempo em "Lady Killer".
Ela é mãe de duas garotinhas, casada com o Gene e vive na mesma residência com a sogra - que acha que há algo de suspeito com Josie. A sogra acha muito estranhas as saídas da nora, os horários dela e tudo mais. Sempre com uma pulga atrás da orelha quando se trata da adorável Josie. A mãe tentar alertar Gene sobre os horários da esposa, mas o marido não liga e nem desconfia de nada. Pelo contrário, admira a Josie por sua responsabilidade, dedicação com as crianças, a casa em que vivem e com ele.
O que ninguém imagina é que Josie leva uma vida dupla. Que esconde um grande segredo: ela é uma assassina de aluguel, que mata homens ricos, pessoas influentes em algum segmento.
Subestimada pelas pessoas - principalmente homens -, Josie mostra que força e sagacidade são atributos que não faltam para qualquer mulher, principalmente para ela diante das missões que lhe são dadas - e que não são poucas.
O problema é que essas características ascenderam um alerta para a organização criminosa para qual ela realiza esses trabalhos extras. Com isso, sua própria vida está em risco, pois ela se tornou o próximo alvo da máfia. A queima de 'arquivo'. O chefe dela só não esperava que se livrar de Josie seria tão difícil.
"Lady Killer" é instigante, surpreendente e sangrenta. A Joëlle Jones e o Jamie S. Rich conseguiram criar uma graphic novel espetacular que levanta questionamentos sobre as imposições contra as mulheres e o quanto duvidam de suas capacidades. A crítica é feita num contexto dos anos 50, mas é interessante perceber que ela ainda se aplica aos tempos atuais. "Não deveria ser diferente?!", pois é! Mas não é!
Joëlle Jones desenvolveu uma narrativa fascinante, engraçada - em alguns momentos -, com ação e muito sangue. Os personagens foram muito bem construídos e todos desenvolvidos em algum momento, principalmente a Josie. A protagonista consegue se dividir facilmente para se dedicar às suas filhas, marido e sua residência. Com sua dupla personalidade, é possível até mesmo amar a personagem, mesmo sendo tão cruel. Mas ela estava apenas fazendo seu trabalho. O que mal tem, né?! rsrs
Essa dupla personalidade de Josie nos leva a obras incríveis que retratam mulheres donas de casa, exemplos da boa vizinhança e a da sociedade em geral que deixaram suas marcas registradas na história por seus crimes bárbaros. 'Deslizes' que podemos encontrar de forma bem detalhada através de "Lady Killers - Assassinas em série", da Tori Telfer, "Serial Killers - Anatomia do Mal", do Harold Schechter e "Arquivos Serial Killers: Louco ou Cruel? e Made In Brazil", escrito pela criminóloga Ilana Casoy. Obras que reúnem homens e mulheres que fizeram muito sangue derramar por esse mundão.
Enfim, ler "Lady Killer" foi uma experiência mais que agradável. É uma leitura imperdível para os amantes de HQs, de histórias envolvendo assassinatos, principalmente os amantes de obras que tenham serial killers. A edição é um prato cheio!
Enfim, ler "Lady Killer" foi uma experiência mais que agradável. É uma leitura imperdível para os amantes de HQs, de histórias envolvendo assassinatos, principalmente os amantes de obras que tenham serial killers. A edição é um prato cheio!
"Lady Killer" foi publicada no Brasil através da Darkside Books. A graphic novel, que foi traduzida pela Raquel Moritz, tem a capa dura, possui ilustrações magnificas ao longo da edição, com traços e cores perfeitas. Na edição o leitor ainda conta com um super prefácio escrito pela Tori Telfer e no final uma seção contendo os rascunhos dos autores da obra. Uma edição cavernosa e sangrenta para a sua estante de livros.
Boa leitura, pessoal!
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